Como o governador Tarcísio de Freitas pode virar a nova aposta bolsonarista nas eleições de 2026

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This article is written by a student writer from the Her Campus at Casper Libero chapter and does not reflect the views of Her Campus.

Durante uma manifestação bolsonarista em 7 de setembro, o atual governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, discursou em um carro de som as seguintes acusações: “Não vamos mais aceitar que nenhum ditador diga o que a gente tem que fazer”, além de chamar o ministro Alexandre de Moraes, de “Tirano”.

Apesar das falas fortes, os apoiadores do ex-presidente, Jair Bolsonaro, receberam muito bem as “críticas” proferidas pelo governador, já os políticos mais alinhados com a esquerda entre outros eleitores esquerdistas, viram essas falas como problemáticas e não cabíveis ao papel de maior poder no estado mais rico do país.   

O começo da carreira política 

Antes de entender as novas decisões de Tarcísio, precisamos relembrar como ele chegou ao cargo de governador de São Paulo. Desde 2008 o carioca trabalhou em departamentos públicos, até Bolsonaro chegar à presidência e colocá-lo como Ministro da Infraestrutura. Como ministro, ficou marcado pelas séries de concessões à iniciativa privada, totalizando quase 83 leilões dedicados às tais iniciativas. Nesse mesmo ano, 2022, ele se filiou pela primeira vez ao partido Republicanos para conseguir concorrer ao cargo de mais prestígio em São Paulo. 

Nas eleições, enfrentou críticas de cara por ser carioca e “não conhecer” o estado, além da acusação de, supostamente, ter forjado um endereço de residência paulistano, segundo o UOL. Porém, a confiança que Bolsonaro tinha em seu ex-ministro se mostrou mais forte, utilizando até de eventos para enaltecer ele, se tornando assim um apoio essencial para que seu candidato chegasse ao segundo turno. 

E ao chegar ao segundo turno, acompanhou-se a clássica disputa que foi repetida em praticamente todos os âmbitos políticos, seja estadual, federal ou até presidencial, a disputa entre o candidato apoiado por Bolsonaro, o próprio Tarcísio, e o apoiado por Lula, Fernando Haddad. Quem levou a melhor, acabou sendo o candidato direitista, com 55,27% dos votos.  

Radicalização 

Apoiar o Bolsonaro, a anistia e condenar o STF, com falas fortes, não serve apenas para mostrar uma possível indignação do governador, mas sim para reforçar seu lado na polarização política do cenário brasileiro atual. Tarcísio que já foi alvo de críticas por parecer ser “em cima do muro” e manter uma relação até que “amigável” com Moraes, fez questão de passar um recado conciso e muito bem articulado para os bolsonaristas.

Historicamente, muitos governadores paulistas deixaram seus cargos para concorrer à presidência, mas será que é isso que ele quer? Com Bolsonaro inelegível e condenado e uma certa “popularidade” de Lula, a grande gama eleitoral da direita precisa de um candidato forte o suficiente para confrontar o presidente na próxima eleição.  

Tarcísio vai deixar o governo? 

Segundo o próprio, não. Mas segundo articulações, Bolsonaro teria que indicar o seu sucessor, preferencialmente seria Tarcísio ou Ratinho Junior, atual governador do Paraná. Porém, com os seguidos encontros entre o ex-presidente e o governador de São Paulo, fica fácil imaginar quem seria escolhido por ele.  

Tarcísio ainda, sim, é um dos nomes mais fortes para a reeleição em São Paulo, tornando-se muito arriscado deixar de lado essa disputa considerada fácil, para concorrer ao cargo mais significativo do país. Segundo uma pesquisa do Paraná Pesquisas, em um cenário com Tarcísio, Lula, Ciro Gomes, Ratinho Junior, Ronaldo Caiado e Renan Filho, a eleição seria acirrada, mas quem sairia na frente seria Tarcísio. E a pesquisa se prolonga, ao simular um segundo turno entre Tarcísio e Lula, onde o atual governador de São Paulo ganharia com uma certa folga, que não existiu em 2022. 

Se não Tarcísio, quem? 

Apesar das declarações de Tarcísio, não sabemos ao certo os caminhos que serão escolhidos por Bolsonaro ou outros articuladores de direita. Um dos nomes mais fortes para o ano que vem é o Ratinho Júnior. Apoiado por Gilberto Kassab, secretário de Governo e Relações Institucionais de São Paulo e nome importante para o centrão, e pelo agronegócio, o seu nome é visto como um candidato perfeito tanto para o centrão quando para a direita. Ele e Romeu Zema, outra aposta menos comentada, terminam seus mandatos ano que vem, diferentemente de Tarcísio, tornando-os uma alternativa mais fácil. 

O governador do Paraná ou o governador de São Paulo, quem vai ser a nova aposta da direita para eleição de 2026?

Ainda parece algo indefinido, mas podemos perceber que a política colonial do café com leite, mesmo que mais aberta entre o eixo sul-sudeste, continua mais perto da atual política brasileira do que queremos admitir.  

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O texto acima foi editado por Maria Alice Primo.

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